Quase todo mundo sabe que Cuiabá é quente e abafada. De
fato, em alguns meses do ano, a temperatura na capital do Mato Grosso
bate na casa dos 40°C. O que pouca gente sabe é que, num raio de 140 km
da cidade, estão três grandes destinos do ecoturismo brasileiro: o
Pantanal, a Chapada dos Guimarães e a ainda pouco conhecida Nobres,
espécie de Bonito mato-grossense.
Basta apenas uma hora de carro
para refrescar-se nas águas de uma linda cachoeira e se impressionar com
a imponência dos paredões da Chapada dos Guimarães. Ou pouco mais do
que isso para mergulhar em rios de águas cristalinas, que mais parecem
aquários cheios de peixes, que nadam a centímetros dos olhos, em Nobres.
Se a ideia, porém, for desanuviar a mente da agitação da
cidade grande e imergir na natureza é só seguir para o sul do Estado,
onde está a planície pantaneira. Essa região abriga um dos grandes
santuários de vida selvagem no planeta e é cortada por uma das mais
emblemáticas estradas do País: a Transpantaneira, com 145 km de
extensão, ligando Poconé a Porto Jofre.
Diversas agências de turismo de Cuiabá, entre elas a
Interativa, oferecem tours de um dia para esses três destinos
exuberantes e completamente diferentes entre si. Ou seja, quem vai para a
capital do Mato Grosso pode se dar ao luxo de fazer três viagens em uma
só.
A maioria dos turistas prefere fazer esses rápidos
passeios bate e volta, já que não dispõem de muito tempo, mas as
agências também podem organizar, a pedido do cliente, roteiros com um ou
dois pernoites em cada região, o que é bem mais recomendado para que se
conheça minimamente paisagens tão complexas e fantásticas.
Uma alternativa é alugar um carro e fazer o roteiro por
conta própria. As distâncias são curtas e não demora nada pular de um
lugar para o outro, apesar das más condições das pistas e da sinalização
ruim das estradas mato-grossenses.
Chapada dos Guimarães: clima zen e muitas cachoeiras
A Chapada, como é chamada pelos mais íntimos, tem uma aura
diferente. Mais do que misticismo, a explicação é metafísica:
acredita-se que a região, por ficar próxima do centro geodésico da
América do Sul e cercada de formações geológicas e cachoeiras, seja
considerada um centro de energia especial. Verdade ou não, a teoria
contribui para o clima zen da cidade, onde há alguns centros de
meditação, bem como aulas de ioga e terapias alternativas.
Pantanal: reino das águas e da vida selvagem
O acesso ao Pantanal pode ser feito pelas cidades de Barão de Melgaço (79 km de Cuiabá), Poconé (108 km da capital) e Cáceres (221 km da cidade). E é de Poconé que se pega o caminho rumo à famosa Rodovia Transpantaneira.
Construída na década de 1970, a estrada fazia parte dos
planos de integração nacional do governo militar. O projeto original da
rodovia era audacioso: atravessar o Pantanal de norte a sul,
interligando Poconé a Corumbá, no Mato Grosso do Sul, trajeto que
totalizaria 400 km. Mas as vazantes da maior planície alagada do planeta
inviabilizaram a obra completa.
A Transpantaneira tem pista de terra e foi construída
sobre aterros, de modo a ficar acima do nível das águas. Em seus 145 km
de percurso, há 120 pontes, o que dá quase uma ponte a cada quilômetro –
e a dimensão da complexidade do projeto. O maior problema é que, quando
ela termina, não existe outro caminho para seguir. Assim, quem pega a
Transpantaneira volta por ela mesma, o que não é de todo ruim,
especialmente na época da cheia, quando jacarés e tuiuius dão o ar da
graça no acostamento. Além da paisagem ampla e serena, há um desfile
interminável de animais típicos das redondezas: capivaras, veados,
tamanduás e uma variedade absurda de aves.
Nobres: aquário natural
A comparação com Bonito, no Mato Grosso do Sul, é inevitável. Os motivos são vários. A começar pelos rios de águas cristalinas e cheios de peixes, onde o grande barato é fazer a flutuação. Funciona assim: munidos de máscara de snorkel e pés de pato, os turistas boiam na água, levemente empurrados pela correnteza, vendo os cardumes de peixes que nadam tranquilamente à sua frente.
A comparação com Bonito, no Mato Grosso do Sul, é inevitável. Os motivos são vários. A começar pelos rios de águas cristalinas e cheios de peixes, onde o grande barato é fazer a flutuação. Funciona assim: munidos de máscara de snorkel e pés de pato, os turistas boiam na água, levemente empurrados pela correnteza, vendo os cardumes de peixes que nadam tranquilamente à sua frente.
Nobres também é repleta de cachoeiras e grutas de
calcário, ricas em espeleotemas, como estalactites e estalagmites. São
mais de 200 cavernas, sendo as mais conhecidas as do Bode, Cogumelo,
Cerquinha e Lagoa Azul. Esta última é a maior e mais impressionante de
todas, com uma lagoa azul-turquesa em seu interior.
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