Saem a cama redonda, as paredes vermelhas e os canais eróticos. Entram as cores sóbrias, os móveis modernos, as camas com traços retos e a comida de chef. Os motéis brasileiros estão se preparando para receber turistas que vêm para a Copa do Mundo e para outros grandes eventos, e não só com as mudanças na decoração de seus quartos.
Eles querem entrar para o sistema de cadastro dos prestadores de serviços turísticos (Cadastur) do Ministério do Turismo, e serem reconhecidos pelo governo como meios de hospedagem alternativos que possam receber todo tipo de público, e não apenas casais.
Para isso, criariam uma entidade – a Associação Brasileira dos Motéis, ou ABMoteis – com o objetivo de “aprimorar” a imagem dos motéis junto à população e aos órgãos públicos. Eles também desenvolveram um projeto para um sistema classificatório com estrelas, semelhante ao que já existe para hotéis, mas com algumas adaptações.
O Ministério do Turismo afirma que teria que haver mudança na lei 11.771/2008 (Lei Geral do Turismo) para incluir os motéis entre os meios de hospedagem, e que antes de qualquer modificação “o tema deve ser amplamente debatido em espaços como a Câmara Temática de Legislação, do Conselho Nacional de Turismo, audiências e consultas públicas”.
Na prática, os motéis já recebem hóspedes quando as vagas se esgotam nos meios de hospedagem tradicionais. Em grandes eventos, como o prêmio de Fórmula 1 em São Paulo, muitos turistas recorrem a essa opção de hospedagem.
Mas a recepção acaba acontecendo no improviso, e às vezes ocorrem problemas. Durante a Copa das Confederações, por exemplo, estrangeiros ficaram surpresos ao fazerem reservas em motéis no Recife e constatarem o que é esse tipo de estabelecimento no Brasil – em outros países, como nos EUA, o nome é usado para locais que não são focados em encontros amorosos.
Na proposta da ABMoteis, sugere-se que os estabelecimentos tenham opções de hospedagem por 3, 12 ou 24 horas. No caso de diárias de 24 horas, eles teriam que registrar os clientes, como num check-in comum de hotel, desativar os canais de TV pornográficos e servir café da manhã.
A ideia é buscar esse público principalmente durante a semana, quando os motéis têm menos demanda. Segundo a ABMoteis, em dias úteis as diárias desses estabelecimentos custam quase a metade do preço dos hotéis de categoria semelhante.
Os proprietários também querem ter acesso a benefícios aos quais a hotelaria nacional já tem direito, como financiamentos públicos para qualificação profissional e para reformas.
O ponto mais delicado da questão é em relação à entrada de crianças e adolescentes. A ABMoteis pretende que seus associados possam receber inclusive casais com filhos. Atualmente, a lei proíbe que menores de idade se hospedem nesse tipo de estabelecimento
Lazer dentro do quarto
De olho não só nos turistas estrangeiros, mas também nos casais jovens que não gostam da decoração erótica explícita, muitos motéis das capitais do país vêm redecorando seus quartos. A decoração de motel hoje não é tão apelativa quanto era no passado. A tendência é que ela seja mais ‘clean’.
Ele acrescenta que os melhores estabelecimentos do ramo têm investido em quartos com automação de última geração e comida preparada por chefs de cozinha, e servida com talheres de prata.
O único item do qual o setor não abre mão é dos espelhos no teto – ou ao menos nas laterais da cama. Isso sempre vai continuar. É o diferencial, a assinatura do motel.

O Ministério do Turismo afirma que teria que haver mudança na lei 11.771/2008 (Lei Geral do Turismo) para incluir os motéis entre os meios de hospedagem, e que antes de qualquer modificação “o tema deve ser amplamente debatido em espaços como a Câmara Temática de Legislação, do Conselho Nacional de Turismo, audiências e consultas públicas”.
Na prática, os motéis já recebem hóspedes quando as vagas se esgotam nos meios de hospedagem tradicionais. Em grandes eventos, como o prêmio de Fórmula 1 em São Paulo, muitos turistas recorrem a essa opção de hospedagem.
Mas a recepção acaba acontecendo no improviso, e às vezes ocorrem problemas. Durante a Copa das Confederações, por exemplo, estrangeiros ficaram surpresos ao fazerem reservas em motéis no Recife e constatarem o que é esse tipo de estabelecimento no Brasil – em outros países, como nos EUA, o nome é usado para locais que não são focados em encontros amorosos.
Na proposta da ABMoteis, sugere-se que os estabelecimentos tenham opções de hospedagem por 3, 12 ou 24 horas. No caso de diárias de 24 horas, eles teriam que registrar os clientes, como num check-in comum de hotel, desativar os canais de TV pornográficos e servir café da manhã.
A ideia é buscar esse público principalmente durante a semana, quando os motéis têm menos demanda. Segundo a ABMoteis, em dias úteis as diárias desses estabelecimentos custam quase a metade do preço dos hotéis de categoria semelhante.
Os proprietários também querem ter acesso a benefícios aos quais a hotelaria nacional já tem direito, como financiamentos públicos para qualificação profissional e para reformas.
O ponto mais delicado da questão é em relação à entrada de crianças e adolescentes. A ABMoteis pretende que seus associados possam receber inclusive casais com filhos. Atualmente, a lei proíbe que menores de idade se hospedem nesse tipo de estabelecimento
Lazer dentro do quarto
De olho não só nos turistas estrangeiros, mas também nos casais jovens que não gostam da decoração erótica explícita, muitos motéis das capitais do país vêm redecorando seus quartos. A decoração de motel hoje não é tão apelativa quanto era no passado. A tendência é que ela seja mais ‘clean’.
Ele acrescenta que os melhores estabelecimentos do ramo têm investido em quartos com automação de última geração e comida preparada por chefs de cozinha, e servida com talheres de prata.
O único item do qual o setor não abre mão é dos espelhos no teto – ou ao menos nas laterais da cama. Isso sempre vai continuar. É o diferencial, a assinatura do motel.
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